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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Japão / Protestos contra o Japão ficam mais violentos na China

Divulgação
Revista Alternativa Online | 16 de Setembro de 2012

Em várias cidades, os manifestantes saquearam lojas, atacaram automóveis da Toyota e invadiram fábricas, incluindo duas unidades da Panasonic.
Foto: Reuters / Bandeira do Japão é queimada em manifestação na China
Pequim
Protestos contra o Japão continuam em cidades chinesas pelo segundo dia, neste domingo, o que levou o primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, a exigir de Pequim proteção às empresas de seu país e edifícios diplomáticos de depredações.

Na maior onda de protestos sobre as ilhas reivindicadas por China e Japão, a polícia disparou gás lacrimogêneo e usou canhões de água para dispersar milhares de manifestantes que ocupam uma rua na cidade de Shenzhen, perto de Hong Kong.

Os protestos aumentaram em Pequim e outras cidades, no sábado, quando os manifestantes cercaram a embaixada japonesa, lançando pedras, ovos e garrafas, ao mesmo tempo que tentavam quebrar o cordão de isolamento da polícia.

Em pelo menos quatro outras cidades chinesas, os manifestantes saquearam lojas e atacaram carros japoneses. Os manifestantes também invadiram uma dúzia de fábricas japoneses em Qingdao, de acordo com a emissora NHK.

Os protestos, o mais recente revés nas problemáticas relações entre Pequim e Tóquio, foram consequência da decisão do Japão, na terça-feira, de comprar de um proprietário particular as ilhas em disputa, que Tóquio chama de Senkaku e Pequim chama de Diaoyu, e que pode conter reservas de gás. Pequim achou essa decisão uma atitude provocativa e uma violação de sua soberania.

Uma multidão, com alguns dos participantes atirando garrafas de água, voltou a desfilar perto da embaixada japonesa em Pequim, agora protegido por um cordão policial.

"O governo deve organizar um boicote em massa de produtos japoneses, e em seguida, se o governo japonês não devolver nosso território, devemos declarar guerra", disse a manifestante Wang Shi, uma mulher de meia-idade de Pequim.

Em Xangai, cerca de 1.500 pessoas marcharam em direção ao consulado japonês. Os manifestantes carregavam bandeiras e imagens de falecido líder comunista Mao Tsé-Tung. Multidões também se reuniram na cidade de Chengdu.

O jornal de negócios Nikkei informou neste domingo que manifestantes atacaram duas fábricas de componentes eletrônicos da Panasonic nas cidades de Qingdao e Suzhou. A empresa vai decidir se pretende continuar as operações na China depois de verificar os danos.

Concessionárias da Toyota foram incendiadas e muitos veículos acabaram danificados, informou o jornal, citando como fonte uma unidade da montadora na China.

Tong Zeng, presidente de uma entidade de defesa das ilhas Diaoyu, disse que estes foram os protestos mais amplos contra o Japão que se tem notícia. "Isso mostra como o povo chinês está bravo, mas também houve alguns casos de atos extremos, e isso é muito lamentável", declarou.

Os protestos refletem frustrações sociais reprimidas, disse Zeng. "Algumas pessoas têm uma espécie de ódio cego pelo Japão."


Foto: The Daily Yomiuri

Foto:The Daily Yomiuri



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